quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Vírus devem ser considerados seres vivos, contrariando afirmações atuais, afirmam pesquisadores



Um novo estudo afirma que os vírus podem ser considerados seres vivos e são "irmãos" de ancestrais genéticos dos seres humanos.

Cientistas têm sustentado, há séculos, que os vírus não são seres vivos, mas pesquisadores da Universidade de Illinois, nos EUA, descobriram que os vírus e células compartilham centenas de estruturas de proteínas comuns, podendo ser uma evidência sólida de que os dois compartilham relações próximas com nossos antepassados.

De acordo com o pesquisador-chefe do estudo, Gustavo Caetano-Anollés, professor de biologia na Universidade de Illinois, seria possível construir uma árvore genealógica com os vírus, por possuírem todas as propriedades de células. No estudo, publicado na revista Science Advances, Caetano-Anollés e seu aluno de pós-graduação, Arshan Nasir, argumentam que os vírus eram muito semelhantes às células a partir das quais os seres humanos e os organismos modernos evoluíram.

Historicamente, os cientistas tiveram dificuldade em determinar de onde os vírus surgiram, por conta da variedade de tipos e sua capacidade rápida de evolução ou mutação.

Muitos cientistas dizem que os vírus não são parte da “árvore da vida”, e não podem estar vivos sem possuírem metabolismos que sugiram a existência de vida, não podendo se reproduzir de forma independente. Mas, esse argumento ignora a maneira de aglomeração viral, argumentam os autores. Quando os vírus infectam as células, assumindo a reprodução, eles agem muito semelhante a muitas bactérias parasitas que são totalmente aceitas como seres vivos. “Os vírus agora merecem um lugar na árvore da vida", disse Caetano-Anollés.

Os autores dizem que os primeiros vírus, chamados de “proto-virocélulas”, coexistiram com células antigas até os primeiros vírus começarem a se adaptar. Eles perderem toda a semelhança com seus “primos”, e começaram a envolver-se em proteínas para que pudessem se proteger. No momento em que essas “proto-virocélulas” transformaram-se em vírus modernos, como o Ebola, que tem poucos genes, eles eram praticamente irreconhecíveis.

Os pesquisadores dizem que a metodologia tem algumas deficiências, pois eles usaram como base a estrutura de proteínas e não sequências reais, o que significa que padrões de evolução de curto prazo podem ter sido ignorados. Mas, os modelos estatísticos que eles usaram poderiam suprir esse tipo de dado. Em última análise, eles dizem que suas descobertas estabelecem uma base sólida e importante para futuras pesquisas na área. “Esperamos que nosso estudo possa dar início a outras discussões sobre este tema e que um consenso a respeito da evolução viral seja alcançado em um futuro próximo”, escreveram eles no artigo.

Fonte: Daily Mail Foto: Reprodução / Wikipédia Commons

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